Práticas de ensino de escrita : contribuições do sistema SCLIAR de alfabetização no município de Lagarto/SE

Abstract

Este trabalho tem por objetivo analisar as produções escritas de alunos de 3º ano do Ensino Fundamental, numa escola municipal da Lagarto/SE, com o propósito de melhor orientá-los em suas dificuldades com a escrita, a partir de um roteiro de observações linguísticas, contextuais e cognitivas para a revisão textual a ser realizada tanto pelo estudante redator, quanto pelo professor avaliador, conforme Scliar Cabral (2020). Para tanto, foi observada e categorizada a natureza dos desvios de escrita mais recorrentes por esses alunos, considerando a adequação deles a gêneros textuais distintos. A pesquisa justifica-se pela necessidade de o(a) professor(a) desenvolver, em sala de aula, atividades mais eficazes de orientação de revisão textual, que venham, de fato, evitar que os problemas de escrita de seus alunos sejam abordados de modo generalizado, sem um olhar mais particular sobre as motivações cognitivas e linguísticas por detrás deles. Consideramos a importância da interatividade, da criatividade e da relevância social que assume a prática da escrita para o exercício pleno da cidadania. Ler e escrever não configuram apenas uma tarefa escolar: as duas habilidades fazem parte de práticas sociais da cultura letrada, na contemporaneidade. O Sistema Scliar de Alfabetização está baseado no que há de mais avançado na teoria e na prática das ciências que se ocupam da linguagem verbal, em especial, nos estudos da psicolinguística e da neurociência aplicados à alfabetização. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa-ação (Thiollent, 2002), com abordagem qualitativa e quantitativa, de caráter participativo. A amostra populacional está centrada em alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Como produto final, elaboramos um guia, com uma prática integradora que poderá ser aplicada por outros profissionais do ensino da escrita nas séries iniciais (e também finais) do Ensino Fundamental. A metodologia utilizada consiste em provocar de forma controlada a produção de textos em alunos de 3º ano do Ensino Fundamental para posterior análise e categorização, com base nos estudos de Scliar-Cabral (2013), apoiados pelos resultados de pesquisas da neurociência aplicada à alfabetização; nas pesquisas de Marcuschi (2008) sobre produção textual; e nas contribuições de Koch (/2018), sobre coesão e coerência textual. Os resultados evidenciam que a avaliação de produções escritas nas séries iniciais a partir de uma mesma matriz, como propõe Scliar-Cabral (2020), contribui (e muito) para uma maior precisão diagnóstica dos problemas de escrita dos alunos e, consequentemente, para uma mediação mais eficiente do professor, na tentativa de formar o aluno redator.