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Document Type: Dissertação
Title: Depressão pós-parto: relação com o consumo de ultraprocessados e outros fatores
Other Titles: Postpartum depression: relationship with consumption of ultraprocessed foods and other factors
Authors: Goes, Andréa Costa
Issue Date: 27-May-2022
Advisor: Silva, Danielle Góes da
Resumo : Introdução: A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais prevalente no pós-parto, as demandas no puerpério além de torná-las mais suscetíveis para alterações psicológicas, podem favorecer o consumo de alimentos ultraprocessados em substituição aos alimentos in natura, minimamente processados e preparações culinárias. Uma alimentação rica em frutas, hortaliças, peixes e grãos integrais, parece ter efeito neuro-protetor para depressão pós-parto. No entanto, não se conhece os riscos associados ao consumo de alimentos ultraprocessados no puerpério. Objetivo: Investigar a relação do consumo de alimentos ultraprocessados e outros fatores com sintomas depressivos no pós-parto. Métodos: Estudo transversal com 299 mulheres adultas, no primeiro semestre de pós-parto, usuárias da Atenção Primária em Saúde do município de Aracaju, Sergipe. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista por telefone. Foi aplicado questionário semiestruturado com questões sobre antecedentes obstétricos, gestação atual, parto e pós-parto, satisfação com o atendimento hospitalar/maternidade, aleitamento, Covid-19, qualidade do sono, comportamento tabagista e etilista, dados antropométricos e condições socioeconômicas. Para a triagem de sintomas depressivos foi aplicado a versão validada da Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS). Calculou-se o percentual de contribuição energética do consumo dos alimentos ultraprocessados a partir de dois Recordatórios Alimentares de 24 horas adaptados para classificação NOVA, aplicado conforme Multiple Pass Method. A análise de regressão logística múltipla com modelo hierarquizado foi utilizada para avaliar os fatores associados aos sintomas depressivos (≥ 10 pontos EPDS). Nas análises estatísticas considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se que 39.5% das mulheres apresentaram sintomas depressivos e o percentual de contribuição energética proveniente de ultraprocessados foi de 21,10%. Não houve associação do consumo de ultraprocessados com os sintomas depressivos. Os fatores de risco dos sintomas depressivos foram ausência de companheiro (OR: 2,37; IC95% 1,09;5,17), histórico familiar de depressão pós-parto (OR: 2,21; IC95% 1,06;4,59), problema de saúde antes da gestação (OR: 2,33; IC95% 1,27;4,29), gravidez não planejada (OR: 1,78; IC95% 1,00;3,15), ausência da amamentação na primeira hora ao nascer (OR: 1,95; IC95% 1,14;3,33), trauma durante a pandemia (OR: 2,86; IC95% 1,57;5,23), qualidade do sono ruim (OR: 2,57; IC95% 1,42;4,66), ausência de compartilhamento no preparo de refeições e com o cuidado com o bebê (OR: 2,25; IC95% 1,26;4,02). A menor renda familiar (OR: 0,54; IC95% 0,32;0,93) e menor tempo de pós-parto (OR: 0,46; IC95% 0,26;0,83) reduziram o risco de sintomas depressivos. Conclusão: A depressão pós-parto é um problema que merece atenção na assistência pós-parto, especialmente entre puérperas atendidas em serviços públicos de saúde. É imprescindível a identificação precoce de alterações psicológicas e fatores de risco desde o pré-natal, e o fornecimento de uma rede de apoio para acolher as alterações neuroendócrinas e psicossociais existentes no puerpério.
Abstract: Introduction: Depression is the most prevalent psychiatric disorder in the postpartum period, the demands in the puerperium, in addition to making them more susceptible to psychological changes, can favor the consumption of ultra-processed foods in place of in natura, minimally processed foods and culinary preparations. A diet rich in fruits, vegetables, fish and whole grains appears to have a neuroprotective effect for postpartum depression. However, the risks associated with the consumption of ultra-processed foods in the puerperium are not known. Objective: To investigate the relationship between the consumption of ultra-processed foods and other factors with postpartum depressive symptoms. Methods: Cross-sectional study with 299 adult women, in the first postpartum semester, users of Primary Health Care in the city of Aracaju, Sergipe. Data collection toet al place through a telephone interview. A semi-structured questionnaire was applied with questions about obstetric history, current pregnancy, childbirth and postpartum, satisfaction with hospital/maternity care, breastfeeding, Covid-19, sleep quality, smet aling and drinking behavior, anthropometric data and socioeconomic conditions. To screen for depressive symptoms, the validated version of the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) was applied. The percentage of energy contribution from the consumption of ultra-processed foods was calculated from two 24-hour food recalls adapted for NOVA classification, applied according to the Multiple Pass Method. Multiple logistic regression analysis with a hierarchical model was used to assess factors associated with depressive symptoms (≥ 10 EPDS points). In the statistical analyses, a significance level of 5% was considered. Results: It was observed that 39.5% of the women had depressive symptoms and the percentage of energy contribution from ultra-processed foods was 21.10%. There was no association of consumption of ultra-processed foods with depressive symptoms. The risk factors for depressive symptoms were absence of a partner (OR: 2.37; 95%CI 1.09;5.17), family history of postpartum depression (OR: 2.21; 95%CI 1.06;4 .59), health problem before pregnancy (OR: 2.33; 95%CI 1.27;4.29), unplanned pregnancy (OR: 1.78; 95%CI 1.00;3.15), absence breastfeeding in the first hour after birth (OR: 1.95; 95%CI 1.14;3.33), trauma during the pandemic (OR: 2.86; 95%CI 1.57;5.23), sleep quality poor (OR: 2.57; 95%CI 1.42;4.66), lack of sharing in meal preparation and baby care (OR: 2.25; 95%CI 1.26;4.02) . Lower family income (OR: 0.54; 95%CI 0.32;0.93) and shorter postpartum time (OR: 0.46; 95%CI 0.26;0.83) reduced the risk of symptoms depressants. Conclusion: Postpartum depression is a problem that deserves attention in postpartum care, especially among puerperal women treated at public health services. It is essential to identify early psychological changes and risk factors since prenatal care, and to provide a support network to accommodate the neuroendocrine and psychosocial changes that exist in the puerperium.
Keywords: Nutrição
Depressão pós-parto (aspectos nutricionais)
Alimentos processados
Escalas de graduação psiquiátrica
Período pós-parto
Escala de depressão pós-parto de Edimburgo
Postpartum period
Baby blues
Edinburgh postpartum depression scale
Ultraprocessed foods
Subject CNPQ: CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO
Language: por
Institution: Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Program Affiliation: Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
Citation: GOES, Andréa Costa. Depressão pós-parto: relação com o consumo de ultraprocessados e outros fatores. 2022. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Nutrição) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2022.
URI: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/19485
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