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Tipo de Documento: Dissertação
Título: Normas sociais e expressões do racismo em crianças
Autor(es): Silva, Khalil da Costa
Data do documento: 21-Ago-2014
Orientador: França, Dalila Xavier de
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo verificar o impacto da norma social antirracismo sobre a expressão das atitudes raciais das crianças. O racismo, embora condenado nas sociedades democráticas, tem sido verificado nos estudos realizados no âmbito das relações intergrupais. Pesquisas realizadas com adultos apontam que, em consonância com a norma antirracismo, os indivíduos inibem a expressão do racismo a nível explícito, contudo há evidências de que o preconceito e a discriminação racial persistem, sendo expressos de formas indiretas e sutis. Participaram do estudo 72 crianças brancas (43 meninos e 29 meninas), que foram distribuídas em três diferentes grupos em função da idade: 6-7anos, 8-10 anos e 11-12 anos. Foram verificadas as atitudes destas crianças diante dos grupos branco e negro e os parâmetros normativos que elas percebem nos adultos, nos amigos e nelas mesmas para interagir com estes grupos. As atitudes foram analisadas a partir de três instrumentos: uma escala de atitudes raciais-MRA, uma medida de distância social e um procedimento experimental no qual o impacto da norma antirracismo sobre o comportamento da criança foi manipulado pelas condições de presença/ausência de uma entrevistadora negra. Análises de contingência indicaram que os três grupos etários estudados reconhecem a presença da norma antirracismo, contudo reagem de forma distinta à presença da mesma. Uma análise de variância entre a idade das crianças e os escores obtidos na escala MRA revelou que as crianças entre 6 e 7 anos apresentam níveis elevados de preconceito explícito em comparação com os demais grupos. Em contraste, as crianças com mais de 8 anos de idade apresentam baixos níveis de preconceito explícito e níveis mais expressivos de atitude antirracismo. Comparações planejadas, entretanto, indicaram a presença de racismo sutil. Embora não avaliem o exogrupo (negros) de forma negativa, as crianças permanecem avaliando o endogrupo (brancos) de forma positiva. Os dados obtidos a partir da medida de distância social indicaram, após uma análise de contingência, maior sensibilidade à norma antirracismo nas crianças mais velhas. Entre 6 e 7 anos de idade, as crianças manifestam rejeição ao negro, entre 8 e 10 anos de idade elas apenas rejeitam o negro nas situações que envolvem maior grau de intimidade. Após os 10 anos, entretanto, há expressão de favoritismo pelo negro. Quanto ao procedimento experimental, análises de variância não revelaram efeito significativo da manipulação da norma, contudo foram verificados efeitos de interação entre idade da criança e do alvo de escolha (branco/negro), indicando níveis mais elevados de discriminação racial contra os negros os 6 e 10 anos e inibição do racismo após esta idade. Os resultados encontrados corroboram as considerações teóricas sobre as novas formas de expressão do racismo e sobre o desenvolvimento sócio-cognitivo da criança e revelam que a inibição de suas formas explícitas, verificada nos adultos, começa a emergir na média infância.
Abstract: This study has as its objective to determine the impact of antiracism social norm about the expression of children‟s racial attitudes. Although, Racism is convicted in democratic societies, it has been verified in studies conducted in the context of intergroup relations. Researches conducted with adults have indicate that, in line with the anti-racism norm, individuals inhibit expression of Racism at the explicit level, however there is evidence that prejudice and racial discrimination persist, being expressed in indirect and subtle ways. 72 White children (43 boys and 29 girls) participated in this research, which were distributed among three different groups according to age: 6-7years, 8-10 years and 11-12 years. Attitudes of these children towards the White and Black groups and normative parameters that they verify in adults, friends and in themselves to interact with these groups were observed. Racial attitudes were analyzed by three measures: a scale of racial attitudes-MRA, a measure of social distance and an experimental procedure in which the impact of the anti-racism norm on the child´s behavior was manipulated by conditions of presence / absence of a Black interviewer. Contingency analysis indicated that all three groups studied here recognize the presence of antiracism norm, however they react differently to the presence of this norm. An analysis of variance between age of children and the scores obtained on the scale MRA revealed that children between 6 and 7 years old show elevated levels of explicit prejudice in comparison with the other groups. In contrast, children over 8 years of age have low levels of explicit prejudice and more significant levels of anti-racism attitude. Planned comparisons, however, indicated the presence of subtle racism. Although the children didn‟t evaluate the outgroup (Black) in a negative way, children remain evaluating the ingroup (White) positively. The data obtained from the measurement of social distance indicated, after a contingency analysis, greater sensitivity to anti-racism norm in older children. Between 6 and 7 years of age, children manifest rejection of Black, between 8 and 10 years old they just reject the Black in situations which involve higher degree of intimacy. After 10 years, however, there is expression of favoritism to Black. Regarding the experimental procedure, analysis of variance revealed no significant effect of the manipulation of the social norm, but there were effects of interaction between the child´s age and the target of choice (White / Black). This analysis indicated higher levels of racial discrimination against Blacks between children aged 6 to 10 years old and inhibition of racism among participants over the age of 10. Results confirm the theoretical considerations about new forms of expression of racism and the socio-cognitive development and show that the inhibition of explicit forms of racial prejudice and discrimination observed in adults, begins to emerge in childhood average.
Palavras-chave: Psicologia social
Racismo
Relações raciais
Crianças
Comportamento
Racismo
Usos e costumes
Normas sociais
Social norms
Racism
Children
área CNPQ: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL
Idioma: por
País: BR
Instituição/Editora: Universidade Federal de Sergipe
Sigla da Instituição: UFS
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Psicologia Social
Citação: SILVA, Khalil da Costa. Normas sociais e expressões do racismo em crianças. 2014. 168 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://ri.ufs.br/handle/riufs/5972
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