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Tipo de Documento: Dissertação
Título: Guardiãs de sementes crioulas do Alto Sertão de Sergipe : no cultivo da diversidade, construindo autonomia camponesa
Autor(es): Santos, Thais Moura dos
Data do documento: 30-Out-2020
Orientador: Ramos Filho, Eraldo da Silva
Resumo: A presente dissertação teve como objetivo compreender a importância do trabalho feminino na conservação das sementes crioulas, e como esse processo contribui na construção da autonomia camponesa nas localidades sergipanas Bom Jardim/Poço Redondo e Lagoa da Volta/Porto da Folha. Para subsidiar nossas análises, adotamos como procedimentos metodológicos a leitura de referencial teórico, trabalho de campo, entrevistas semiestruturadas e caderno de campo, que a posteriori foram traduzidos em dados quantitativos e qualitativos. Pudemos concluir no trilhar dos diálogos que perfizeram esse estudo, que a guarda de sementes ancestralmente se faz presente nas comunidades, sendo uma prática que se liga à necessidade de armazenar material genético de uma colheita, para dar origem às lavouras seguintes. Com a entrada das sementes transgênicas no campo sergipano, muitos camponeses foram induzidos a abandonar as sementes de família, acentuando o fenômeno da erosão genética. Como forma de combater a perda da diversidade, a figura do Guardião e da Guardiã de sementes, sujeitos históricos constituídos a partir das tradições comunitárias, passaram a ganhar visibilidade. Nas comunidades percebemos a forte presença das mulheres nesse processo de conservação e multiplicação das sementes crioulas. Sempre utilizando os quintais, arredores de casa e roças, as Guardiãs produzem ampla variedade de alimentos e sementes, que além de servirem para a autossuficiência alimentar são comercializadas, permitindo a obtenção de mercadorias não produzidas dentro da Unidade de Produção Familiar Camponesa, fato que tributa à reprodução de uma vida digna. São também as mulheres que se responsabilizam pelo armazenamento das variedades crioulas nas casas comunitárias de sementes, prática que diminui o risco de perda e atesta a qualidade do material genético, além de garantir ações de sociabilidade camponesa. A presença de mediadores sociais, tais como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), impulsiona estratégias e ações de conservação e multiplicação das sementes como intercâmbios, formações e oficinas. Como saldo desses processos de mediação, as Guardiãs passaram a discutir e entender as sementes em seu sentido político de embate à lógica do agronegócio e perceber a importância do seu trabalho para a manutenção da vida e aporte para construção de autonomia camponesa.
Palavras-chave: Geografia agrícola
Agricultura e Estado
Banco de sementes
Mulheres do campo
Divisão do trabalho por sexo
Camponeses
Guardiãs de sementes
Sementes crioulas
Trabalho feminino
Autonomia camponesa
Território camponês
área CNPQ: CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Agência de fomento: Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe - FAPESE
Idioma: por
Sigla da Instituição: Universidade Federal de Sergipe
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Geografia
Citação: SANTOS, Thais Moura dos. Guardiãs de sementes crioulas do alto sertão de sergipe: no cultivo da diversidade, construindo autonomia camponesa. 2021. 249 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2020.
URI: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/14948
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