Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/19506
Tipo de Documento: Tese
Título: Agroeconegócio: o impossível viés ecológico do agronegócio
Autor(es): Leite, Reuel Machado
Data do documento: 18-Dez-2023
Orientador: Ramos Filho, Eraldo da Silva
Resumo: Nosso foco com este trabalho é investigar o processo de generalização e diferenciação da (re)produção do espaço sob a determinação do mundo da mercadoria em um contexto em que a lógica capitalista se expande no espaço agrário criando o circuito de acumulação baseado em alimentos-mercadoria orgânicos nutrindo-se da sua própria crise estrutural. Isto demonstra que a necessidade de reprodução ampliada do capital em um contexto de crise estrutural produz novos espaços de acumulação. Este processo se desenrola, no contexto do circuito de alimentação orgânica e/ou saudável pelo agroeconegócio, que é conceituado como um sistema global de produção, processamento, circulação, certificação e consumo de alimentos orgânicos. Não mais limitado às redes locais de produtores e consumidores, hoje o circuito de alimentos orgânicos se insere no contexto do capitalismo globalizado, articulando espaços e territórios em escala global. O grande capital por meio de corporações transnacionais e nacionais tem se territorializado no setor de produção orgânica a partir de várias frentes: na produção de sementes (M&M Mars), por meio de grandes redes de supermercado (Whole Foods, Pão de Açúcar em escala nacional), dominando e concentrando grandes extensões de terra para a produção de carne orgânica e na produção de alimentos processados ou industrializados (CocaCola, WhiteWave, Nestlé, Danone, Unilever etc.). No Brasil, podemos destacar algumas empresas que atuam no circuito capitalista de alimentos orgânico, tais como a Mãe Terra (Unilever) na área de lanches processados, o Grupo Balbo possuidor da marca Native e o Instituo Biodinâmico (certificação de produtos orgânicos). A análise crítica do agronegócio brasileiro revelou uma série de aspectos preocupantes: a dependência de insumos importados, controle oligopolista transnacional, foco na exportação em detrimento das necessidades internas, agroindustrialização sob controle estrangeiro, e a dependência de incentivos governamentais. Estes fatores contribuem para a homogeneização genética, monoculturas, e outros problemas ambientais e sociais graves. Por fim, nos permitiu compreender a existência de um circuito de acumulação de alimentos-mercadoria orgânicos no Brasil e como este se relaciona com a dinâmica de igualização e diferenciação do espaço. Observamos a monopolização dos territórios, a exploração da renda da terra e do carbono, e a territorialização dos monopólios do agroeconegócio. Ademais, analisamos a experiência de produção camponesa de laranja orgânica no litoral norte da Bahia, evidenciando como esta se encaixa no circuito global de alimentos-mercadoria orgânicos, e como a produção local é afetada pelos processos de subordinação e exploração impostos pelo agronegócio.
Abstract: Our focus with this work is to investigate the process of generalization and differentiation of the (re)production of space under the determination of the commodity world in a context where capitalist logic expands into the agrarian space, creating a circuit of accumulation based on organic commodity-foods, nourishing itself from its own structural crisis. This demonstrates that the need for expanded reproduction of capital in a context of structural crisis produces new spaces of accumulation. This process unfolds in the context of the organic and/or healthy food circuit by agriecobusiness, which is conceptualized as a global system of production, processing, circulation, certification, and consumption of organic foods. No longer limited to local networks of producers and consumers, today the organic food circuit is part of the context of globalized capitalism, articulating spaces and territories on a global scale. Big capital through transnational and national corporations has territorialized itself in the organic production sector from various fronts: in seed production (M&M Mars), through large supermarket chains (Whole Foods, Pão de Açúcar on a national scale), dominating and concentrating large extensions of land for the production of organic meat and in the production of processed or industrialized foods (Coca-Cola, WhiteWave, Nestlé, Danone, Unilever, etc.). In Brazil, we can highlight some companies that operate in the capitalist circuit of organic foods, such as Mãe Terra (Unilever) in the area of processed snacks, Grupo Balbo owning the Native brand, and the Biodinâmico Institute (certification of organic products). The critical analysis of Brazilian agribusiness revealed a series of concerning aspects: dependence on imported inputs, transnational oligopolistic control, focus on export to the detriment of internal needs, agroindustrialization under foreign control, and dependence on governmental incentives. These factors contribute to genetic homogenization, monocultures, and other severe environmental and social problems. Finally, it allowed us to understand the existence of a circuit of accumulation of organic commodity-foods in Brazil and how this relates to the dynamics of equalization and differentiation of space. We observed the monopolization of territories, the exploitation of land and carbon rent, and the territorialization of agriecobusiness monopolies. Furthermore, we analyzed the experience of peasant production of organic oranges on the north coast of Bahia, showing how it fits into the global circuit of organic commodity-foods, and how local production is affected by the processes of subordination and exploitation imposed by agribusiness.
Palavras-chave: Geografia agrícola
Agroindústria
Agricultura e Estado
Agricultura orgânica
Ecologia agrícola
Frutas cítricas (cultivo)
Agronegócio
Questão agrária
Ecologia
Agribusiness
Agrarian issue ecology
Ecology
área CNPQ: CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Idioma: por
Sigla da Instituição: Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Geografia
Citação: LEITE, Reuel Machado. Agroeconegócio: o impossível viés ecológico do agronegócio. 2023. 218 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023.
URI: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/19506
Aparece nas coleções:Doutorado em Geografia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
REUEL_MACHADO_LEITE.pdf4,42 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.