Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/20021
Tipo de Documento: | Tese |
Título: | Metáfora discursiva crítica: relatos de mulheres violentadas |
Autor(es): | Rocha, Daniela Cynthia de Sá |
Data do documento: | 31-Ago-2023 |
Orientador: | Lima, Geralda de Oliveira Santos |
Resumo: | A violência contra mulheres é uma prática que se estabeleceu histórica e culturalmente na sociedade e que reverbera na contemporaneidade por meio de variados tipos de agressões, de discursos machistas, patriarcalista e misóginos que perpassam através de práticas sociais, posicionando assimetricamente (em relação ao poder) homens e mulheres, as quais lutam por empoderamento na busca pela igualdade, ou seja, por uma mudança social. Nosso objetivo geral é analisar relatos de mulheres que foram violentadas, sobretudo psicologicamente, configurados como metáfora discursiva crítica, tendo como principais bases teóricas Lakoff e Jhonson (2002), Charteris-Black (2004, 2006), Vereza (2010, 2017). Assim, o viés desta pesquisa está baseado nos estudos em Análise de Discurso Crítica (ADC) por meio de Chouliaraki e Fairclough (1999), Fairclough (2001, 2003, 2010), Magalhães (2017) na observância da manutenção da violência contra mulheres como prática social na contemporaneidade e na perspectiva contra-hegemônica da luta feminina em busca de mudança social através da linguagem. Este fenômeno se alinha aos estudos do texto, na atualidade, de base sociodiscursivo-interacional da Linguística Textual (KOCH, 1999, 2002, 2009); Marcuschi (2008), Mondada e Dubois (2003) e às interações socioculturais propostas por Van Dijk (2002, 2012, 2017), trazendo um estudo de uma metáfora norteada pelo discurso como elemento preponderante à (re)construção dos sentidos de agressões contra a mulher. Questões que poderão nortear nosso trabalho: i) como as metáforas discursivas críticas são concebidas?; ii) por que trazer à luz um tipo de metáfora para elucidar a violência, sobretudo psicológica, contra mulheres?; iii) quais elementos não discursivos colaboram para a análise desse tipo de metáfora?. Os objetivos específicos: i) trazer à tona um tipo de metáfora norteada pelo discurso, a metáfora discursiva crítica; ii) revelar o modo como os relatos se configuram como metáfora discursiva crítica da violência contra mulheres; iii) analisar relatos a partir de fatores contextuais, discursivos, culturais; iv) extrair das análises possibilidades de potencialização para a promoção de mudança social. A hipótese está centrada na verificação dos relatos como o próprio lugar da violência, uma vez que esse gênero textual exerce uma função social de relevância quando mulheres violentadas apresentam publicamente cenas de agressões sofridas que servem de espelho para que outras mulheres se reconheçam em situação de abuso contínuo, construindo uma rede de apoio em grande escala para eliminar a síndrome do pequeno poder, na qual homens podem mais e mulheres, menos (ESPÍNOLA, 2018). Para tanto, metodologicamente, adotamos uma abordagem linguística, realizando a coleta desses relatos de seguidoras anônimas na página pública da rede social Instagram @maselenuncamebateu ao longo de um ano (2020), observando sua relevância, pois nossa justificativa assevera a emergência temática no tocante à violência psicológica como uma violência velada, disfarçada e invisível, conforme estudos realizados por Hirigoyen (2006) e Schwab e Meireles (2017). Assim, os resultados de nossas análises fomentam uma visão mais nítida da violência psicológica; apontam relatos de mulheres violentadas como ecos de uma sociedade patriarcalista, machismo e misoginia que asseguram a manutenção hegemônica do poder nas mãos de agressores; além de que tais relatos também são ferramentas linguísticas usadas para o fim da assimetria de poder entre homens e mulheres. |
Abstract: | Violence against women is a practice that has been historically and culturally established in society and continues to resonate in contemporary times through various types of aggression and misogynistic, patriarchal discourses that permeate social practices, thereby asymmetrically positioning men and women in terms of power. Women are fighting for empowerment and equality, seeking social change. Our general objective is to analyze accounts of women who have experienced violence, particularly psychological violence, as a critical discursive metaphor. The main theoretical bases for this study are Lakoff and Johnson (2002), Charteris-Black (2004, 2006), and Vereza (2010, 2017). Thus, the bias of this research is based on Critical Discourse Analysis (CDA) studies by Chouliaraki and Fairclough (1999), Fairclough (2001, 2003, 2010), and Magalhães (2017), observing the maintenance of violence against women as a social practice in contemporary times and the counter-hegemonic perspective of the feminist struggle for social change through language. This aligns with current sociodiscursive-interactional textual linguistics studies (Koch, 1999, 2002, 2009; Marcuschi, 2008; Mondada and Dubois, 2003) and the sociocultural interactions proposed by Van Dijk (2002, 2012, 2017), bringing a study of a metaphor guided by discourse as a predominant element in the (re)construction of meanings related to aggression against women. The following questions will guide our work: i) how are critical discursive metaphors conceived?; ii) why shed light on a type of metaphor to elucidate violence, particularly psychological violence, against women?; iii) what non-discursive elements contribute to the analysis of this type of metaphor? The specific objectives are: i) to bring to light a type of metaphor guided by discourse, the critical discursive metaphor; ii) to reveal how accounts are configured as critical discursive metaphors of violence against women; iii) to analyze accounts based on contextual, discursive, and cultural factors; iv) to extract potential for promoting social change from the analyses. The hypothesis is centered on verifying that the accounts themselves serve as a place of violence, as this textual genre plays a relevant social role when victims of violence publicly present scenes of the abuse they have suffered, serving as a mirror for other women who recognize themselves in situations of continuous abuse, building a largescale support network to eliminate the syndrome of "small power" in which men have more power and women have less (ESPÍNOLA, 2018). Methodologically, we adopt a linguistics approach by collecting accounts from anonymous followers on the public Instagram page @maselenuncamebateu over the course of one year (2020). This approach is relevant because our justification asserts the thematic relevance of psychological violence as a hidden, disguised, and invisible form of violence, as studied by Hirigoyen (2006) and Schwab and Meireles (2017). Thus, the results of our analyses provide a clearer understanding of psychological violence; they highlight accounts of women who have experienced violence as echoes of patriarchal society, sexism, and misogyny that maintain hegemonic power in the hands of aggressors; and they also demonstrate that such accounts are linguistic tools used to end power asymmetry between men and women. |
Palavras-chave: | Violência contra mulheres Metáfora discursiva crítica Relatos Práticas sociais Assimetria de poder Violence against women Critical discursive metaphor Accounts Social practices Power asymmetry |
área CNPQ: | LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS |
Idioma: | por |
Sigla da Instituição: | Universidade Federal de Sergipe (UFS) |
Programa de Pós-graduação: | Pós-Graduação em Letras |
Citação: | ROCHA, Daniela Cynthia de Sá. Metáfora discursiva crítica: relatos de mulheres violentadas. 2023. 193 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023. |
URI: | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/20021 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Letras |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
DANIELA_CYNTHIA_SA_ROCHA.pdf | 3,01 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.