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Tipo de Documento: Tese
Título: A monoparentalidade adotiva em perspectiva: uma análise a partir dos marcadores de gênero e orientação sexual
Autor(es): Fontes, Baruc Correia
Data do documento: 26-Fev-2025
Orientador: Cerqueira-Santos, Elder
Resumo: A presente tese investiga como o modelo de monoparentalidade adotiva pode ser analisado a partir dos marcadores de gênero e orientação sexual, bem como a prospecção desse modelo para pessoas sem vínculo conjugal. O objetivo deste trabalho é compreender a monoparentalidade adotiva em diferentes orientações sexuais e de gênero, bem como identificar as barreiras decorrentes do preconceito vivenciado e as experiências de parentalidade prospectiva entre pessoas solteiras nos grupos pesquisados. A tese é composta por cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma discussão teórica sobre monoparentalidade adotiva, gênero e homossexualidade, estabelecendo um diálogo e interligando essas temáticas. Os resultados mostram que o debate acadêmico sobre monoparentalidade ainda é pouco explorado, especialmente em relação a grupos minoritários. Ademais, as barreiras atitudinais são relevantes na vivência do preconceito. O segundo capítulo aborda um estudo empírico sobre a adoção e as atitudes relacionadas à aceitação e à oposição, envolvendo a participação de 952 pessoas residentes na região Nordeste do Brasil. Os dados revelaram que existe maior oposição à adoção por minorias sexuais entre indivíduos heterossexuais, casados e com orientação política de direita. O terceiro capítulo consiste em um estudo quase experimental baseado em cenários, também realizado com 952 participantes da mesma região. Os modelos não heterossexuais demonstraram ser mais relevantes na predição de julgamentos. Ao mesmo tempo, a aceitação da adoção homoparental, evidenciada nos cenários apresentados, contribui para a explicação da aceitação da monoparentalidade, já que elementos correlatos estão presentes em ambas as situações. O quarto capítulo explora o desejo e a intenção de parentalidade entre pessoas que ainda não exercem esse papel, com foco na população em geral da região Nordeste. Foram entrevistadas 662 pessoas que se autodeclararam solteiras. A pesquisa apontou que as medidas relacionadas ao desejo e à intenção parental apresentaram invariância nos grupos estudados, enquanto as correlações das análises bivariadas evidenciaram diferenças significativas na condução do desejo e da intenção parental, dependendo da identidade sexual. O quinto capítulo retoma o debate à luz da teoria bioecológica do desenvolvimento e da teoria do estresse de minorias, com o propósito de analisar as vivências monoparentais. Os resultados demonstraram que a escolha pela monoparentalidade está ancorada em aspectos pessoais, emocionais e sociais. Além disso, as experiências monoparentais podem ser permeadas tanto por desafios quanto por benefícios, respectivamente: 1) preconceitos, estigma antecipado e dificuldades no acesso ao suporte social; e 2) maior liberdade na vivência monoparental e dissociação entre parentalidade e conjugalidade. Em síntese, os resultados confirmam a hipótese inicial da tese: ainda que existam avanços legais e sociais em determinados aspectos, a experiência da monoparentalidade adotiva demanda dos indivíduos recursos emocionais, suporte social e apoio familiar mais significativos do que outras formas de parentalidade. Tais especificidades conferem à monoparentalidade diferenças marcantes em relação a outros modelos familiares. Por fim, os achados desta pesquisa evidenciam a necessidade de novos estudos que ampliem o conhecimento sobre esse modelo de família, contribuindo para a redução do preconceito e da discriminação.
Abstract: This thesis investigates how the model of adoptive single parenthood can be analyzed based on gender and sexual orientation markers, as well as the prospect of this model for people with no marital ties. The aim of this work is to understand adoptive single parenthood in different sexual and gender orientations, as well as to identify the barriers arising from the prejudice experienced and the experiences of prospective parenthood among single people in the groups surveyed. The thesis consists of five chapters. The first chapter presents a theoretical discussion on adoptive single parenthood, gender and homosexuality, establishing a dialog and interconnecting these themes. The results show that the academic debate on single parenthood is still little explored, especially in relation to minority groups. In addition, attitudinal barriers are relevant to the experience of prejudice. The second chapter deals with an empirical study on adoption and attitudes related to acceptance and opposition, involving the participation of 952 people living in the Northeast region of Brazil. The data revealed that there is greater opposition to adoption by sexual minorities among heterosexuals, married people and those with a right-wing political orientation. The third chapter consists of a quasi-experimental scenario-based study, also carried out with 952 participants from the same region. The non-heterosexual models proved to be more relevant in predicting judgments. At the same time, the acceptance of homo-parental adoption, evidenced in the scenarios presented, contributes to explaining the acceptance of single parenthood, since correlated elements are present in both situations. The fourth chapter explores the desire and intention of parenthood among people who do not yet exercise this role, focusing on the general population of the Northeast region. A total of 662 people who declared themselves single were interviewed. The research showed that the measures related to desire and parental intention showed invariance in the groups studied, while the correlations of the bivariate analyses showed significant differences in the conduct of desire and parental intention, depending on sexual identity. The fifth chapter takes up the debate in the light of the bioecological theory of development and the theory of minority stress, with the aim of analyzing single-parent experiences. The results showed that the choice of single parenthood is anchored in personal, emotional and social aspects. Furthermore, single-parent experiences can be permeated by both challenges and benefits, respectively: 1) prejudices, anticipated stigma and difficulties in accessing social support; and 2) greater freedom in the single-parent experience and dissociation between parenthood and conjugality. In summary, the results confirm the initial hypothesis of the thesis: although there are legal and social advances in certain aspects, the experience of adoptive single parenthood demands more significant emotional resources, social support and family support from individuals than other forms of parenting. These specificities give single parenthood marked differences from other family models. Finally, the findings of this research highlight the need for further studies to expand knowledge about this family model, helping to reduce prejudice and discrimination.
Palavras-chave: Psicologia
Adoção
Famílias monoparentais
Filhos de famílias monoparentais
Preconceitos
Minorias sexuais
monoparentalidade
Gênero
Orientação sexual
Single parenthood
Adoption
Gender
Sexual orientation
área CNPQ: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
Sigla da Instituição: Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Psicologia
Citação: FONTES, Baruc Correia. A monoparentalidade adotiva em perspectiva: uma análise a partir dos marcadores de gênero e orientação sexual. 2025. 187 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2025.
URI: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/21428
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