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https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/21918
Tipo de Documento: | Tese |
Título : | Vulnerabilidade socioespacial à violência letal na Região Metropolitana de Aracaju (RMA) entre 2010 e 2022 |
Autor : | Jesus, Christiane Freitas Pinheiro de |
Fecha de publicación : | 27-feb-2025 |
Director(a): | Leite, Rogerio Proença |
Resumen: | A Região Metropolitana de Aracaju (RMA), a despeito de não estar entre as maiores e mais populosas regiões metropolitanas do Brasil e de carregar, durante muito tempo, o rótulo de local tranquilo para se viver, já apresentou, especialmente em sua capital, destaque nacional, no que diz respeito à violência letal. Neste sentido, a presente pesquisa, investigou a vulnerabilidade a esta violência e suas relações com os possíveis condicionantes sociais neste espaço metropolitano. Com enfoque comparativo, foram utilizados dados secundários, com um plano de pesquisa longitudinal, compreendo o período de 2010 a 2022, combinando as metodologias quantitativas e qualitativas, com levantamento de informações em campo. A partir da hipótese levantada – segundo a qual, a violência letal, representada pelas Mortes Violentas Intencionais (MVIs), mantém relações espaciais heterogêneas com o desenvolvimento social, representado por um Índice de Desenvolvimento Social (IDS) – foram mapeados os espaços onde os valores mais elevados de IDS coincidiram com os menores valores de ocorrências da violência letal; onde, inversamente, os baixos valores de IDS coincidiram com as áreas que concentravam um maior número de ocorrência de violência letal e ainda, onde não foi possível identificar nenhuma das duas coincidências. Para analisar estas relações, desenvolveu-se a ferramenta sintético-analítica do mapa ou modelo analítico de Vulnerabilidade Social à Violência Letal (VSVL) referente ao ano de 2010. Associado ao modelo foi realizada a pesquisa de campo em 2024, em oito bairros selecionados, dois em cada um dos quatro municípios da RMA, a fim de se identificar como a relação entre o desenvolvimento social e este tipo de violência foi percebida por moradores e representantes de instituições de controle formal e informal da violência entre 2010 e 2022. A espacialização da VSVL de 2010, demonstrou que, a maior parte do território da RMA ficou entre as classes de média a baixa e muito baixa vulnerabilidade. Por outro lado, os locais enquadrados nas classes de VSVL alta a muito alta apareceram, majoritariamente, associados às áreas urbanas, de maneira mais intensa na capital e, em maior ou menor medida, também nos demais municípios. Os resultados da pesquisa de campo, trabalhados a partir da análise de conteúdo de Bardin (2016), foram agrupados em quatro categorias explicativas para a letalidade na RMA: “Precariedade socioeconômica”, “Mercado de drogas ilícitas”, “Baixa eficácia coletiva” e “Desestruturação familiar”. A análise destas categorias, associada aos cenários da VSVL 2010 e à concentração da letalidade em 2022, demonstrou que, as áreas mais violentas não estão associadas exclusivamente à precariedade social, embora, na maioria dos casos essa associação aconteça, ela sozinha não explica a distribuição do fenômeno, já que, foram identificadas áreas mais desenvolvidas com alguma concentração de MVIs, assim como áreas mais pobres com baixas ocorrências de violência letal. A partir disso, foi possível identificar que, de maneira geral, o que mais favorece a violência letal na RMA, além do adensamento populacional e da urbanização, são as desigualdades sociais, potencializadas pela precariedade socioeconômica e pelo mercado de drogas ilícitas, sendo que, este último condicionante, demonstrou ser o mais influente, especialmente, nas áreas onde a precariedade socioeconômica teve menor peso. Por outro lado, a ação integrada – ainda que incipiente e pontual dos controles sociais formal e informal da violência – que envolve a atuação da segurança pública associada às iniciativas comunitárias, compondo a eficácia coletiva, foram os condicionantes que seguiram na direção oposta, contribuindo para a diminuição da vulnerabilidade social à violência letal, em parte do bairro Santa Maria, em Aracaju. Nos demais bairros explorados, a causa da redução, também observada (com exceção do bairro João Alves), não mostrou-se tão clara, já que, a ação dos controles formal e informal não apresentou indícios representativos de integração. Finalmente, foram identificadas, a partir dos resultados finais da pesquisa, sete inferências analíticas que caracterizaram a violência letal na RMA entre 2010 e 2022: O condicionamento social, a reincidência espacial, a heterogeneidade socioespacial, o condicionamento urbano associadoaos controles sociais, o condicionamento do mercado de drogas, a normalização da seletividade das mortes violentas e a externalidade ambiental. |
Resumen : | The Aracaju Metropolitan Region (RMA), despite not being among the largest or most populous metropolitan areas in Brazil and long being regarded as a peaceful place to live, has stood out nationally, particularly in its capital, due to lethal violence. This study investigates the vulnerability to such violence and its relationship with potential social determinants within this metropolitan context. Employing a comparative approach, the research utilized secondary data within a longitudinal study design covering the period from 2010 to 2022, integrating quantitative and qualitative methodologies with field data collection. The study was guided by the hypothesis that lethal violence, represented by Intentional Violent Deaths (IVDs), exhibits heterogeneous spatial relationships with social development, measured by a Social Development Index (SDI). The analysis mapped areas where high SDI values coincided with low lethal violence rates, areas where low SDI values correlated with high incidence, and areas where no clear correlation was observed. To explore these patterns, a Synthetic-Analytical Model of Social Vulnerability to Lethal Violence (VSVL) was developed for 2010. Complementing the model, field research was conducted in 2024 across eight selected neighborhoods, two in each of the four municipalities within the RMA, to assess how the relationship between social development and lethal violence was perceived by residents and representatives of formal and informal violence control institutions from 2010 to 2022. The spatial analysis of the 2010 VSVL revealed that most of the RMA territory fell within low to very low vulnerability categories, while high to very high vulnerability areas were primarily associated with urban zones, more intensely in the capital and, to varying degrees, in other municipalities. Field research findings, analyzed through Bardin’s (2016) content analysis framework, identified four explanatory categories of lethality in the RMA: “socioeconomic deprivation”, “the illicit drug Market”, “low collective efficacy”, and “family disintegration”. The analysis of these categories, in conjunction with the 2010 VSVL mapping and the 2022 lethality distribution, demonstrated that social deprivation alone does not fully explain the spatial distribution of lethal violence. While lower SDI values were generally associated with higher rates of IVDs, some more developed areas also exhibited significant concentrations of violent deaths, whereas certain disadvantaged areas had lower incidences. Overall, the findings indicate that, beyond population density and urbanization, social inequalities exacerbated by economic deprivation and the illicit drug market were the primary drivers of lethal violence, with the latter being the most influential, particularly in areas where economic deprivation played a lesser role. Conversely, integrated – albeit limited and sporadic – efforts of formal and informal social controls (public security interventions coupled with community-based initiatives fostering collective efficacy) contributed to reducing social vulnerability to lethal violence, as observed in part of the Santa Maria neighborhood in Aracaju. In other analyzed neighborhoods, reductions in violence (except in João Alves) lacked clear causality, as no significant integration between formal and informal controls was evident. Finally, the study identified seven analytical inferences characterizing lethal violence trends in the RMA from 2010 to 2022: social determinants of violence, spatial persistence, socio-spatial heterogeneity, urban structuring linked to social controls, the influence of the illicit drug market, normalization of selective lethal violence, and environmental externalities. |
Palabras clave : | Violência letal Desenvolvimento social Vulnerabilidade Análise scocioespacial Modelagem Sociologia Violência - Aracaju (SE) Lethal violence Social development Vulnerability Socio-spatial analysis Modeling |
Área CNPQ: | CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA |
Idioma : | por |
Institución: | Universidade Federal de Sergipe (UFS) |
Programa de Posgrado: | Pós-Graduação em Sociologia |
Citación : | JESUS, Christiane Freitas Pinheiro de. Vulnerabilidade socioespacial à violência letal na Região Metropolitana de Aracaju (RMA) entre 2010 e 2022. 2025. 322 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2025. |
URI : | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/21918 |
Aparece en las colecciones: | Doutorado em Sociologia |
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