Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/21991
Tipo de Documento: | Monografia |
Título: | Reações adversas a medicamentos do “kit Covid” no Brasil: estudo comparativo entre os períodos antes e durante a pandemia de SARS-CoV-2 |
Autor(es): | Oliveira, Lara Carolina de Almeida |
Data do documento: | 20-Mar-2024 |
Orientador: | Oliveira, Makson Gleydson Brito de |
Resumo: | Em dezembro de 2019, diversos pacientes em Wuhan, China, foram diagnosticados com pneumonia atípica de origem desconhecida. Esta nova comorbidade, posteriormente denominada COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), causada pelo agente etiológico SARS-CoV-2 (Coronavírus 2 relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Grave), foi classificada como pandemia em março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar da ausência de evidência científica de eficácia ou efetividade clínica para prevenção ou tratamento da COVID-19, diversos medicamentos obtiveram grande credibilidade no Brasil, principalmente azitromicina, (hidroxi)cloroquina e ivermectina, intitulados como “Kit COVID”. Esse cenário oportunizou maior vulnerabilidade da população às Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e, consequentemente, um possível aumento da morbimortalidade e oneração do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa perspectiva, trata-se de um estudo descritivo-comparativo sobre suspeitas de RAM vinculadas ao “Kit COVID” registradas no VigiMed, sistema de base de dados secundário vinculado ao centro de farmacovigilância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim, o trabalho visou comparar e analisar as RAM, perfil dos notificadores e perfil dos pacientes antes e durante a pandemia de SARS-CoV-2 no país. Em virtude disso, foram utilizados os testes qui-quadrado e exato de Fisher para as variáveis qualitativas, além dos testes “t” e “u” para as variáveis quantitativas. Posteriormente, as variáveis foram submetidas à regressão logística multivariável com a finalidade de selecionar aquelas com significância estatística (p<0,05). Foram contabilizadas 426 notificações de RAM suspeitas nos dois períodos destacados, e, crescimento vertiginoso durante a pandemia, que representou 93,19% do total (n=397). As RAM antes da pandemia manifestaram-se principalmente no tecido cutâneo e subcutâneo (34,4%), já durante a pandemia concentraram-se no sistema cardíaco (41,8%). Tais achados podem ser explicados pelo uso dos fármacos em questão em doses altas off label, interações medicamentosas, pelo próprio perfil do paciente e, potencialização das RAM através da infecção pelo SARS-CoV-2. Em relação ao perfil dos pacientes acometidos: antes da pandemia era tipicamente do sexo feminino com faixa etária média de 30,3 anos; e, durante a pandemia correspondeu ao sexo masculino com faixa etária média de 56,3 anos. Possivelmente esses resultados estão relacionados à maior gravidade que as RAM atingem o sexo masculino e à maior sensibilidade da população idosa aos efeitos adversos. Outrossim, independente do período analisado, os farmacêuticos permaneceram como os principais notificadores. Isso reflete o engajamento e importância desses profissionais de saúde para a notificação de RAM no Brasil, além da necessidade emergente de maior participação de outras profissões. Logo, o estudo fornece dados para planejamento mais assertivo de prevenção e combate às RAM, e, consequentemente, evitar possíveis agravamentos de morbimortalidade da população. |
Abstract: | In December 2019, numerous patients in Wuhan, China, were diagnosed with atypical pneumonia of an unknown origin. This new comorbidity, later named COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), caused by the etiological agent, SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), was classified as a pandemic in March 2020 by the World Health Organization (WHO). Despite the lack of scientific evidence of efficacy or clinical effectiveness for the prevention or treatment of COVID-19, several drugs gained great credibility in Brazil, especially azithromycin, (hydroxy)chloroquine and ivermectin, referred to as the "COVID Kit". This scenario resulted in greater vulnerability of the population to Adverse Drug Reactions (ADRs) and, consequently, a possible increase in morbimortality and encumbrance on the Brazilian Unified Health System (SUS). Hence, this is a descriptive-comparative study of suspected ADRs linked to the "COVID Kit" recorded on VigiMed, a secondary database linked to the pharmacovigilance center of the National Health Surveillance Agency (Anvisa). Thus, the aim was to compare and analyze ADRs, notifier profiles and patient profiles before and during the SARS-CoV-2 pandemic in the country. For this purpose, the chi-square and Fisher's exact tests were used for the qualitative variables, as well as the "t" and "u" tests for the quantitative variables. Subsequently, the variables were then subjected to multivariable logistic regression in order to select those with statistical significance (p<0.05). A total of 426 notifications of suspected ADRs were recorded during both studied periods, with a vertiginous increase during the pandemic, which accounted for 93,19% of the total (n=397). ADRs before the pandemic mostly affected the cutaneous and subcutaneous tissue (34.4%), while during the pandemic they were mainly concentrated in the cardiac system (41.8%). These findings can be explained by the use of the drugs in question in high off-label doses, drug interactions and the patient's own profile, increased by mechanisms of the SARS-CoV-2 infection. In regards to the profile of affected patients: before the pandemic, the average patient was typically 30.3 years and female; during the pandemic, the average was 56.3 years and male. These results could possibly be linked to the higher severity with which ADRs affect men, and the greater sensibility of the elderly population to their adverse effects. In addition, regardless of the period analyzed, pharmacists remained the main notifiers. This reflects the engagement and importance of these healthcare professionals in reporting ADRs in Brazil, as well as the emerging need for greater participation by other professionals. Thus, this study provides data for more assertive prevention planning and combating ADRs, as well as avoiding possible worsening of morbimortality among the population. |
Palavras-chave: | COVID-19 Efeitos colaterais Reações adversas Azitromicina Cloroquina Ivermectina Side Effects Adverse reactions Azithromycin Chloroquine Ivermectin |
área CNPQ: | CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA |
Idioma: | por |
Sigla da Instituição: | Universidade Federal de Sergipe |
Departamento: | DMEL - Departamento de Medicina Lagarto – Lagarto - Presencial |
Citação: | OLIVEIRA, Lara Carolina de Almeida. Reações adversas a medicamentos do “kit Covid” no Brasil: estudo comparativo entre os períodos antes e durante a pandemia de SARS-CoV-2. 2024. Monografia (Graduação em Medicina) – Departamento de Medicina, Universidade Federal de Sergipe, Lagarto, 2024. |
URI: | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/21991 |
Aparece nas coleções: | Medicina |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Lara_Carolina_de_Almeida_Oliveira.pdf | 1,27 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.