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Tipo de Documento: Tese
Título: O prisma de gênero e a produção das cores da diferença na educação infantil
Autor(es): Formiga, Giceli Carvalho Batista
Data do documento: 17-Fev-2022
Orientador: Feldens, Dinamara Garcia
Resumo: Identifica-se uma grande resistência, dos setores conservadores da sociedade, em qualquer mudança que busque novas configurações nos espaços escolares, as quais prezem por igualdade de gênero e pelo rompimento das posturas sexistas. Contudo, ao compreender gênero como uma construção histórica e cultural, um aparato de produção corporal que permitiria entender a geração, produção e reprodução dos e nos corpos das relações de saber-poder, se mostra elementar conhecer a atuação desse dispositivo nos primeiros anos escolares. Reconhece-se que a Educação, em específico a Educação Infantil, constitui-se por meio de diferentes tecnologias e marcadores sociais, como gênero, raça e classe, que engendram relações de produção de subjetividades. Diante disso, o objetivo deste estudo foi cartografar discursos que articulam a questão de gênero no cotidiano da Educação Infantil. Com isso, pretendia-se identificar os processos de controle, exclusão e produção de subjetividades operados por tecnologias sociais, vislumbrando, também, como aí se articulam as formas de resistência nos processos de subjetivação mapeados. Destacam-se os efeitos promovidos pelas práticas e pelos discursos vivenciados rotineiramente pela comunidade escolar por meio de diferentes atividades, compreendendo a infância, o gênero e a questão racial a partir da dinâmica relacional do poder, expresso em práticas discursivas e não discursivas, que compõem a realidade da Educação Infantil em suas instâncias legais, jurídicas, científicas, comunitárias e outras mais. Para mapear as tecnologias de gênero no cotidiano da Educação Infantil, que serão aqui descritas e postas em análise, segue-se uma metodologia com inspiração cartográfica. O campo pesquisado é uma escola pública de Educação Infantil no município de Aracaju, e as principais ferramentas de produção de dados são: observação, registros em diários de campo e entrevistas. Apresenta-se Ma emergência da infância como a produção de uma racionalidade específica Moderna, a qual se configura em diferentes processos de ruptura e atualização ao longo da história. Identificam-se as problemáticas que perpassam o conceito de gênero e como essas concepções atravessam o cotidiano escolar. Isso nos permite pensar as diferentes nuances e os devires de gênero na Educação Infantil, considerando para tanto a necessidade da compreensão interseccional de gênero como forma de desvelar a lógica que nos faz naturalizar a mulher como sujeito universal do feminismo, mas, mais que isso, rompendo padrões de masculinidade, feminilidade, classe, raça, nacionalidade, religiosidade e outros. Enfatiza-se a questão racial e a presença da população negra compondo a maior parte da comunidade da Escola Arco-Íris, as trajetórias de vida das professoras e as nuances do racismo na Educação. O que se percebe é que de modo geral as questões de raça, gênero, sexualidade e classe são estrategicamente compreendidas como desvinculadas da educação formal e da infância, por isso projetos de mudança são muitas vezes combatidos sob uma argumentação moral, com vistas a preservar uma bio/necropolítica de Estado. Ainda assim, os exercícios de resistência dos corpos promovem embates e transformações que inspiram outros olhares acerca do devir de gênero, nos fazendo repensar a própria infância e outros caminhos para a Educação.
Abstract: A great resistance is identified, from the conservative sectors of society, in any change that seeks new configurations in school spaces, which value gender equality and the rupture of sexist postures. However, when understanding gender as a historical and cultural construction, an apparatus of body production that would allow understanding the generation, production and reproduction of and in the bodies of knowledge-power relations, it is elementary to know the performance of this device in the early school years. It is recognized that Education, specifically Early Childhood Education, is constituted through different technologies and social markers such as gender, race and class that engender relations of production of subjectivities. In view of this, the objective of this study was to map discourses and practices that articulate the issue of gender in the daily life of Early Childhood Education. With this, it was intended to identify the processes of control, exclusion and production of subjectivities operated by social technologies, also glimpsing how the forms of resistance are articulated in the mapped processes of subjectivation. The effects promoted by the practices and discourses routinely experienced by the school community through different activities are highlighted, including childhood, gender and the racial issue from the relational dynamics of power, expressed in discursive and non-discursive practices, which make up the reality of Early Childhood Education in its legal, juridical, scientific, community and other instances. In order to map the gender technologies in the daily life of Early Childhood Education, which will be described and analyzed here, a methodology with cartographic inspiration is followed. The researched field is a public school of Early Childhood Education in the city of Aracaju and the main data production tools are: observation, records in field diaries and interviews. The emergence of childhood is presented as the production of a specific Modern rationality, which is configured in different processes of rupture and updating throughout history. We identified the problems that permeate the concept of gender and how these conceptions cross the school routine. This allows us to think about the different nuances and developments of gender in Early Childhood Education, considering the need for an intersectional understanding of gender as a way to unveil the logic that makes us naturalize women as a universal subject of feminism, but more than that, breaking patterns of masculinity, femininity, class, race, nationality, religiosity and others. We emphasize the racial issue and the presence of the black population composing most of the Arco-Íris School community, the life trajectories of the teachers and the nuances of racism in Education. What we perceive is that, in general, issues of race, gender, sexuality and class are strategically understood as disconnected from formal education and childhood, therefore, projects of change are often fought under a moral argument, in order to preserve a bio/necropolitics of the State. Even so, the resistance exercises of the bodies promote clashes and transformations that inspire other views about the becoming gender, making us rethink our own childhood and other paths for Education.
Palavras-chave: Educação - estudo e ensino - Sergipe
Relações raciais
Identidade de gênero na educação
Crianças - educação
Education
Power
Childhood
Gender
Intersectionality
área CNPQ: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
Sigla da Instituição: Universidade Federal de Sergipe
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Educação
Citação: FORMIGA, Giceli Carvalho Batista. O prisma de gênero e a produção das cores da diferença na educação infantil. 2022. 164 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2022.
URI: http://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/15885
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