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Tipo de Documento: Dissertação
Título: Agrohidronegócio do eucalipto em Sergipe e rebatimentos socioambientais
Autor(es): Jesus, Edésio Alves de
Data do documento: 31-Ago-2016
Orientador: Santos, Josefa de Lisboa
Resumo: O interesse do capital em apropriar-se da terra e da água tornou-se pressuposto emergencial para a geração de energia renovável a partir de derivados do monocultivo de eucalipto, que se instala em áreas anteriormente destinadas à produção alimentar, nos municípios de Estância e Itaporanga d’Ajuda, no estado de Sergipe. Esta apropriação revela dois processos definidos por Oliveira (1991, 2004, 2007): primeiro a monopolização do território, em que o capitalista não imobiliza dinheiro na compra da terra, já que a produção sempre é realizada com trabalho dos pequenos e médios proprietários rurais, porém, são os grandes produtores que definem o preço da mercadoria final; já o segundo processo é a territorialização do capital, uma vez que os grandes produtores de eucalipto detêm a terra, contratam trabalhadores, e destinam a produção energética de lenha para abastecimento dos fornos e caldeiras das indústrias. Esse cenário acarreta a centralidade das disputas territoriais, em que o agrohidronegócio usurpa a renda do trabalhador e se apropria da natureza para usufruto da indústria. Como metodologia, adotamos a pesquisa qualitativa pelo viés da dialética materialista e como procedimentos, realizamos revisão bibliográfica em livros, teses, dissertações, periódicos, revistas eletrônicas, trabalho de campo e documentos técnicos, por sua vez buscados junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, relatório da Indústria Brasileira de Árvores e nos órgãos e Secretarias de Estado de Sergipe, que disponibilizaram a Base Cartográfica do Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe, permitindo a elaboração dos mapas físicos e socioeconômicos. No Brasil, com o desenvolvimento do capitalismo na agricultura, a questão agrária torna-se complexa, novas áreas são incorporadas como garantia de produtividade de alguns produtos agrícolas, tais como milho, soja, trigo, cana-de-açúcar e, recentemente, os plantios de eucalipto se expandem e colocam o Brasil entre os principais produtores e exportadores de madeira em tora, celulose, papel, pasta de celulose, carvão vegetal, etc. Em contrapartida, os problemas socioeconômicos e ambientais se expandem e o agrohidronegócio se apropria da natureza com amplo apoio do Estado, que desde a década de 1990, com a implantação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial, acelerando o processo produtivo das indústrias. Com isso, cresce a necessidade de recursos energéticos, o que induz os pequenos e médios proprietários de terra a cultivar eucalipto em função do discurso da viabilidade de renda e emprego, principalmente para os trabalhadores de assentamentos rurais. Isso repercute de maneira diferenciada no campo impondo a luta pela terra. Portanto, a produção de lenha de eucalipto cresce a cada ano, segundo dados Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (IBGE) e surge como alternativa às fontes de energia não renováveis, atendendo às indústrias processadoras de alimentos (suco, bebidas, água), bem como as cerâmicas, padarias, construção civil, indústria têxtil, fábricas de papel e papelão, cal e calcário.
Abstract: El interés del capital en la propiedad de la tierra y del agua se convirtió en emergencia para la generación de energía renovable, a partir de derivados del monocultivo de eucalipto, que se ha instalado en las zonas destinadas previamente para la producción de alimentos, en los municipios de Estância y Itaporanga d’Ajuda, en el estado de Sergipe. Esta apropiación de tierras muestra dos procesos descritos por Oliveira (1991, 2004, 2007): la monopolización del territorio, una vez que el capitalista no necesita retener el dinero en la compra de tierras, ya que la producción se lleva a cabo por pequeños y medianos terratenientes, sin embargo, son los principales productores que definen el precio de los productos finales; y la territorialización del capital, ya que los principales productores sostienen la tierra, contratan a trabajadores y también dirigen la producción de energía de madera para para el suministro de hornos y calderas de las industrias. Este escenario pone de manifiesto la centralidad de los conflictos territoriales, mientras el agrohidronegocio usurpa el ingreso del trabajador y toma posesión de la naturaleza. La metodología adoptada fue la investigación cualitativa, por la perspectiva de la dialéctica materialista y se llevaron a cabo los siguientes procedimientos: revisión de la literatura en libros, tesis, tesinas, publicaciones periódicas, revistas electrónicas, trabajo de campo y informes técnicos, a su vez proporcionados por el Instituto Brasileiro de Geografia y Estatística, informe de Industria Brasileña de Árboles, órganos y secretarías del Estado de Sergipe a través de la Base Cartográfica do Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe, permitiendo el desarrollo de mapas físicos y socioeconómicos. En Brasil, con el desarrollo del capitalismo en la agricultura, la cuestión agraria se vuelve compleja, nuevas zonas que sirven como garantía de la productividad de maíz, soja, trigo, caña de azúcar y, recentemente, plantaciones de eucalipto se expanden y ponen a Brasil entre los principales produtores/exportadores de madera en troncos, celulosa, papel, pasta de papel, carbón de leña, entre otros. En contrapartida, problemas socio-económicos y ambientales crecen y el agrohidronegócio toma posesión de la naturaliza, con amplio apoyo por parte del Estado desde los años 1990, con la aplicación de el Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial, que alentó el establecimiento de unidades industriales. Por lo tanto, la creciente necesidad de recursos energéticos conduce pequeños y medianos propietarios a la plantación de eucaliptos, debido a la viabilidad de ingresos y empleo, especialmente para los trabajadores en los asentamientos rurales. Esto se refleja diferentemente en el campo, mediante la imposición de la lucha por la tierra. Por lo tanto, la producción leña de eucalipto crece año tras año, de acuerdo con datos de la Producción de Extracción Vegetal y Silvicultura (IBGE), y emerge como alternativa a fuentes de energía no renovable, sirviendo las industrias de procesamiento de alimentos (jugos, bebidas, agua), fábricas de cerámica, panaderías, construcción civil, industria textil, fábricas de papel, cartón, cal y caliza.
Palavras-chave: Geografia
Geografia agrícola
Geografia econômica
Eucalipto
Cultivo de eucalipto
Agroindústria
Espaço em economia
Capital (Economia)
Monocultivo de eucalipto
Território
Produção do espaço
Estância (SE)
Itaporanga d’Ajuda (SE)
Sergipe
Producción del espacio
área CNPQ: CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Idioma: por
País: Brasil
Instituição/Editora: Universidade Federal de Sergipe
Sigla da Instituição: UFS
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Geografia
Citação: JESUS, Edésio Alves de. Agrohidronegócio do eucalipto em Sergipe e rebatimentos socioambientais. 2016. 192 f. Dissertação (Pós-Graduação em Geografia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2016.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://ri.ufs.br/handle/riufs/5541
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