Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/14275
Tipo de Documento: | Tese |
Título: | A dialética espacial da modernização da mandiocultura em Sergipe e a subordinação do campesinato |
Autor(es): | Souza, Ítala Santana |
Data do documento: | 28-Nov-2019 |
Orientador: | Santos, Josefa de Lisboa |
Resumo: | A noção de produção do espaço nos faz considerar os vários níveis da realidade como momentos diferenciados da reprodução geral da sociedade em sua complexidade. Consideramos então, o sujeito da ação: o Estado, como aquele da dominação política; o capital, com suas estratégias cuja finalidade é sua reprodução continuada; os sujeitos sociais que, em suas necessidades e seus desejos vinculados à realização da vida humana, têm o espaço como condição, meio e produto de sua ação. A investigação sobre o espaço da mandiocultura em Sergipe, que realizamos por meio desta Tese, vem explicar a dinâmica espacial dessa atividade produtiva, no contexto de reestruturação produtiva do capital no campo, que implicou em alterações técnicas e na formação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) de casas de farinha no estado. Tal dinâmica exigiu a elucidação de como o processo de mundialização do capital impulsiona alterações no espaço agrário sergipano, assim como da relação capital-Estado e todos os seus desdobramentos territoriais. Com base no método dialético partiu-se de uma revisão da literatura sobre produção do espaço no capitalismo, as metamorfoses da relação homem natureza nos diferentes momentos da reprodução. Deu-se ênfase ao debate das mudanças para o regime de acumulação flexível, quando a forma de expansão capitalista aponta para um processo de descentralização político-administrativa com foco em um desenvolvimento endógeno, denunciando a natureza da política neoliberal abraçada em correspondência ao momento novo da mobilidade geográfica do capital. Por meio das pesquisas de campo realizadas no município Lagarto, maior produtor de mandioca e de farinha de mandioca no estado, no município de Campo do Brito e no município de São Domingos diagnosticou-se que apesar da ampliação de formas de aproveitamento da mandioca e das possibilidades geradas de agregação de valor e comercialização de subprodutos suscitadas nos últimos anos, a quase totalidade da produção de mandioca é vendida in natura para um terceiro. O camponês perde o controle da produção e comercialização do produto final mais importante, que é a farinha. Se estabelece uma relação de estranhamento entre o sujeito da produção e o produto do trabalho, mas sobretudo, uma redução da renda do produtor. Nesse cenário, a realidade mostrou que o espaço da mandiocultura, tradicionalmente dominado pelo campesinato brasileiro vai sendo tomado por um processo de monopolização da produção por agentes com maior poder econômico. A política de arranjo produtivo local ligada às casas de farinha intensificou a divisão da renda camponesa, transformou o camponês em um empregado na sua própria terra ou nas/das casas de farinha, ampliou o trabalho feminino e infantil, naturalizando esse último como ajuda. O discurso propagado gera uma compreensão do caráter inevitável dessa chamada modernização, negligenciando-se a natureza desse modelo de desenvolvimento rural que nega aos camponeses as possibilidades de autogestionarem o produto do seu trabalho. Uma realidade que denota a necessidade de organização do campesinato como classe, que deve lutar para se reproduzir longe do domínio do capital. |
Abstract: | The notion of space production makes us consider the various levels of reality as different
moments of the general reproduction of society in its complexity. We consider then the
subject of action: the state, like that of political domination; capital, with its strategies whose
purpose is their continued reproduction; the social subjects that in their needs and desires
linked to the realization of life human beings, have space as a condition, medium and product
of their action. The investigation on the mandioculture space in Sergipe, which we conducted
through this Thesis, explains the spatial dynamics of this productive activity, in the context of
productive capital restructuring in the countryside, which implied technical changes and the
formation of Local Productive Arrangements (LPAs) of flour houses in the state. Such
dynamics demanded the elucidation of how the process of globalization of capital drives
changes in Sergipe's agrarian space, as well as the relationship between capital and state and
all its territorial developments. Based on the dialectical method, we started from a literature
review about the production of space in capitalism, the metamorphoses of the relationship
between man and nature in the different moments of reproduction. Emphasis was given to the
debate on changes to the flexible accumulation regime, when the form of capitalist expansion
points to a process of political-administrative decentralization focused on endogenous
development, denouncing the nature of the neoliberal policy embraced in correspondence
with the new moment of geographical mobility of capital. Through field surveys conducted in
the municipality of Lagarto, the largest producer of cassava and manioc flour in the state, in
the municipality of Campo do Brito and in the municipality of São Domingos, it was found
that despite the expansion of forms of utilization of cassava and Given the potential for added
value and the marketing of by-products raised in recent years, almost all cassava production is
sold in natura to a third party. The farmer loses control of the production and marketing of the
most important final product, which is flour. A relationship of estrangement is established
between the subject of production and the product of labor, but above all, a reduction in the
producer's income. In this scenario, reality has shown that the mandioculture space,
traditionally dominated by the Brazilian peasantry, is being taken over by a process of
monopolization of production by agents with greater economic power. The local productive
arrangement policy linked to the flour houses intensified the division of the peasant income,
transformed the peasant into an employee in his own land or in the flour houses, expanded the
feminine and child labor, naturalizing the latter as help. The propagated discourse generates
an understanding of the inevitable character of this so-called modernization, neglecting the
nature of this rural development model that denies peasants the possibility of self-managing
the product of their work. A reality that denotes the need for the organization of the peasantry
as a class, which must struggle to reproduce itself far from the domain of capital.________________________________________________________________________________________________________________________________ La noción de producción espacial nos hace considerar los diversos niveles de realidad como momentos diferenciados de la reproducción general de sociedad en su complejidad. Consideramos entonces el tema de acción: el estado, como el de dominación política; capital, con su estrategias cuyo propósito es su reproducción continua; los sujetos sociales que en sus necesidades y deseos vinculados a la realización de la vida los seres humanos, tienen el espacio como condición, medio y producto de su acción. La investigación sobre el espacio de la mandiocultura en Sergipe, que realizamos a través de esta Tesis, explica la dinámica espacial de esta actividad productiva, en el contexto de la reestructuración del capital productivo en el campo, lo que implicó cambios técnicos y la formación de acuerdos productivos locales (LPA) de casas de harina en el estado. Dicha dinámica exigió la aclaración de cómo el proceso de globalización del capital impulsa los cambios en el espacio agrario de Sergipe, así como la relación capital-estado y todos sus desarrollos territoriales. Basado en el método dialéctico, partimos de una revisión de la literatura sobre la producción del espacio en el capitalismo, las metamorfosis de la relación entre el hombre y la naturaleza en los diferentes momentos de reproducción. Se hizo hincapié en el debate sobre los cambios en el régimen de acumulación flexible, cuando la forma de expansión capitalista apunta a un proceso de descentralización político-administrativa centrado en el desarrollo endógeno, denunciando la naturaleza de la política neoliberal adoptada en correspondencia con el nuevo momento de movilidad geográfica del capital. A través de encuestas de campo realizadas en el municipio de Lagarto, el mayor productor de yuca y harina de mandioca en el estado, en el municipio de Campo do Brito y en el municipio de São Domingos, se descubrió que a pesar de la expansión de las formas de utilización de la yuca y Dado el potencial de valor agregado y la comercialización de subproductos generados en los últimos años, casi toda la producción de mandioca se vende in natura a un tercero. El agricultor pierde el control de la producción y comercialización del producto final más importante, la harina. Se establece una relación de extrañamiento entre el sujeto de producción y el producto del trabajo, pero sobre todo, una reducción en los ingresos del productor. En este escenario, la realidad ha demostrado que el espacio de la mandiocultura, tradicionalmente dominado por el campesinado brasileño, está siendo asumido por un proceso de monopolización de la producción por parte de agentes con mayor poder económico. La política de arreglo productivo local vinculada a las casas de harina intensificó la división del ingreso de los campesinos, transformó al campesino en un empleado en su propia tierra o en las casas de harina, expandió el trabajo femenino e infantil, naturalizando a este último como ayuda. El discurso propagado genera una comprensión del carácter inevitable de esta llamada modernización, descuidando la naturaleza de este modelo de desarrollo rural que niega a los campesinos la posibilidad de autogestionarse el producto de su trabajo. Una realidad que denota la necesidad de la organización del campesinado como clase, que debe luchar para reproducirse lejos del dominio del capital. |
Palavras-chave: | Geografia agrícola Produtividade do capital Espaço em economia Agricultura e Estado Cultivo da mandioca Sergipe Inovações agrícolas Farinha de mandioca Camponeses Produção capitalista do espaço Modernização da mandiocultura Arranjos produtivos locais Campesinato Reestruturação produtiva Capitalist production of space Mandioculture Productive arrangements Local flour houses in Sergipe Producción capitalista del espacio Arreglos productivos Casas de harina locales en Sergipe |
área CNPQ: | CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA |
Agência de fomento: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES |
Idioma: | por |
Sigla da Instituição: | Universidade Federal de Sergipe |
Programa de Pós-graduação: | Pós-Graduação em Geografia |
Citação: | SOUZA, Ítala Santana. A dialética espacial da modernização da mandiocultura em Sergipe e a subordinação do campesinato. 2019. 189 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2019. |
URI: | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/14275 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Geografia |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
ITALA_SANTANA_SOUZA.pdf | 2,98 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.