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https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/18371
Tipo de Documento: | Tese |
Título: | eu, autora – corpo e escrita em fractal: Elena Ferrante, frantumaglia e smarginatura |
Autor(es): | Dantas, Tatianne Santos |
Data do documento: | 27-Fev-2023 |
Orientador: | Mendonça, Fernando de |
Resumo: | Este trabalho tem como intuito percorrer a obra da escritora italiana Elena Ferrante, com destaque para os livros de não-ficção La frantumaglia (2016), L‟invenzione occasionale (2019) e I margini e il dettato (2021), mapeando a paisagem da escrita e do corpo desenhadas a partir das palavras frantumaglia e smarginatura. La frantumaglia é o título de uma coletânea de papéis, tésseras e cartas, em que Elena Ferrante começa o processo de construir um corpo para si própria através das suas narradoras. Frantumaglia, herança do léxico familiar da autora, é uma palavra do dialeto napolitano que tem parentesco com frantumare, verbo italiano que significa partir em pedaços. Frantumare, ainda, tem a mesma raiz etimológica de fractal, o latim fractus, que significa fração, quebrado. Ou seja, o caminho que a frantumaglia parece apontar é o de uma imagem que está aos pedaços e dentro de cada pequena parte contém o seu todo, como o fractal. Com smarginatura, por sua vez, o léxico materno de Ferrante encontra reflexo na palavra inventada por uma de suas personagens para descrever uma sensação de perda das margens do corpo e dissolução do eu nas pessoas e objetos ao seu redor. Em I margini e il dettato (2021), a autora faz uma relação direta entre a smarginatura e a escrita e é a partir do entrelaçamento entre a frantumaglia, a smarginatura e a poética dos seus livros, que abordo como a autora constrói um corpo que se apresenta, na escrita, em forma de fractal. Nesse percurso, estou em companhia de escritoras que conversam com as noções de Elena Ferrante que exploro na tese, com um singular destaque para Maria Gabriela Llansol. No que diz respeito ao aporte teórico, convoco Eliane Robert de Moraes (2017) em sua elaboração em torno da fragmentação do corpo na arte no século XX, assim como na noção de corpo e excrita proposta por Jean-Luc Nancy (2000, 2015). Para melhor compreensão do fractal com a mise en abyme conto com as proposições de Lucien Dallenbach (1977), Véronique Labeille (2011), Alain Goulet (2006), Mariângela Alonso (2017), entre outros, e, na Psicanálise, trago para o debate a elaboração feita por Jacques Lacan (1998) e Luce Irigaray (2017) no que concerne ao espelho, o olhar do Outro e a relação com a escrita. O aporte teórico da mise en abyme e da Psicanálise me auxiliam na construção do pensamento sobre a imagem do corpo a partir do espelho e a explorar as possibilidades de ir além dessa imagem com a aproximação entre a frantumaglia, a smarginatura e a forma fractal. Para dar esse passo, também trago a conversa fértil que Elena Ferrante tece com a crítica feminista, com destaque para Adrienne Rich (2017) e Eurídice Figueiredo (2013). |
Abstract: | This thesis is meant to offer a survey through the corpus of Elena Ferrante, giving detailed
attention to the non-fiction books La frantumaglia (2016), L‟invenzione occasionale (2019)
and I margini e il dettato (2021), mapping the landscape that body and writing create through
the words frantumaglia and smarginatura. La frantumaglia is the title of a collection of
papers, tesserae and letters, in which Elena Ferrante begins the process of constructing a body
of her own by means of her narrators. A heritage from her family‘s lexicon, Frantumaglia is a
word coming from the Neapolitan dialect but with a close connection with frantumare, an
Italian verb that describes the act of breaking something down to pieces. Besides, frantumare
has the same etymological root as ‗fractal‘, from the latim 'fractus', meaning fraction as well
as broken. That is, through frantumaglia one seems to be inevitably conducted towards an
image in pieces, with each fragment harboring the whole of the image of which is but a part,
resembling a fractal. Smarginatura, by its turn, delivers a mirroring of Ferrante‘s maternal
lexicon, once the word emerges as a creation by one of the characters present in the fictional
works. The word is created to describe the feeling of loosing the margins of one‘s body and
the consequent dissolution of the ‗I‘ among people and objects in the nearby surroundings. In
I margini e il dettato (2021), the author establishes a straight connection between
smarginatura and writing, and it is through intertwining frantumaglia, smarginatura and the
poetic tone of Ferrante‘s books that I put forth how she structures a body which presents itself
by means of writing, reenacting a fractal in its development. In this attempt, I rely on the
company of writers who already explore the topics in Elena Ferrante explored in this thesis,
being of unparalleled presence the work of Maria Gabriela Llansol. Concerning the theoretical
basis, I invoque Eliane Robert de Moraes (2017) and her addressing of body fragmentation in
the arts of the twentieth century, as well as the notion of body and exscribed offered by JeanLuc Nancy (2000, 2015). To better comprehend the notion of fractal through the lens of the
mise en abyme, I consider works on the topic by Lucien Dallenbach (1977), Véronique
Labeille (2011), Alain Goulet (2006), Mariângela Alonso (2017), among others, and, in
Psychoanalysis, I debate an elaboration made by Jacques Lacan (1998) and Luce Irigaray
(2017) concerning mirror, the behold of the Other and the relation with writing. The
theoretical basis for mise en abyme and Psychoanalysis is the support I rely on in order to
properly consider how thought structures the image of one‘s body from the mirror, allowing
me also to explore the possibility of going beyond this framework through the notions issuing
from the discussions surrounding frantumaglia, smarginatura and fractal shapes. To render
possible this movement, I also consider the dialogue Elena Ferrante establishes with the
feminist critic, specially the ones entertained with Adrienne Rich (2017) and Eurídice
Figueiredo (2013).__________________________________________________________________________________________________________________ Questa tesi di dottorato analizza il lavoro della scrittrice italiana Elena Ferrante, con enfasi sui libri di saggistica La frantumaglia (2016), L'invenzione occasionale (2019) e I margini e il dettato (2021), mappando il paesaggio della scrittura e del corpo che si può ricavare dalle parole frantumaglia e smarginatura. La frantumaglia è il titolo di una raccolta di carte, tessere e lettere, in cui Elena Ferrante inizia il processo di costruirsi un corpo attraverso le sue narratrici. Frantumaglia, eredità del lessico famigliare della scrittrice, è una parola del dialetto napoletano che è imparentata con il verbo italiano frantumare. Frantumare ha anche la stessa radice etimologica di frattale, dal latino fractus, che significa frazione, spezzato. Cioè, la parola frantumaglia sembra indicare un'immagine che è a pezzi e dentro ogni piccola parte contiene la sua totalità, come un frattale. Con smarginatura, invece, il lessico materno di Ferrante si riflette nella parola inventata da una dei suoi personaggi per descrivere il senso di perdita dei margini del suo corpo e di dissoluzione del sé nelle persone e negli oggetti che la circondano. In I margini e il dettato (2021), l'autrice parla della relazione diretta tra smarginatura e scrittura ed è dall'intreccio tra la frantumaglia, la smarginatura e la poetica dei suoi libri che mi accosto a come l'autrice costruisce un corpo che appare, negli scritti, sotto forma di frattale. In questo viaggio sono in compagnia di scrittrici che dialogano con le nozioni di Elena Ferrante che esploro nella tesi, con una particolare enfasi su Maria Gabriela Llansol. Per quanto riguarda il contributo teorico, mi richiamo a Eliane Robert de Moraes (2017) nella sua elaborazione intorno alla frammentazione del corpo nell'arte del XX secolo, così come nella nozione di corpo ed excrit proposta da Jean-Luc Nancy (2000, 2015). Per una migliore comprensione del frattale come mise en abyme, mi affido alle proposte di Lucien Dallenbach (1977), Véronique Labeille (2011), Alain Goulet (2006), Mariângela Alonso (2017), per citarne alcuni, e, nella Psicoanalisi, porto all'interno di questa discussione l'elaborazione di Jacques Lacan (1998) e Luce Irigaray (2017) sullo specchio, lo sguardo dell'Altro e il rapporto con la scrittura. Il contributo teorico della mise en abyme e della Psicoanalisi mi aiutano a costruire riflessioni sull'immagine del corpo allo specchio e ad esplorare le possibilità di andare oltre questa immagine con l'avvicinamento tra frantumaglia, smarginatura e forma frattale. Per fare questo passo, traggo spunto anche la fertile conversazione che Elena Ferrante intreccia con le critiche femministe, con enfasi su Adrienne Rich (2017) ed Eurídice Figueiredo (2013). |
Palavras-chave: | Literatura Literatura italiana Emoções na literatura Representação (Psicanálise) Mulheres e literatura Elena Ferrante Corpo e representação Escrita Mise en abyme Psicanálise e literatura Body and representation Writing Psychoanalysis and literature Corpo e rappresentazione Scrivere Psicoanalisi e letteratura |
área CNPQ: | LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS |
Idioma: | por |
Sigla da Instituição: | Universidade Federal de Sergipe (UFS) |
Programa de Pós-graduação: | Pós-Graduação em Letras |
Citação: | DANTAS, Tatianne Santos. eu, autora – corpo e escrita em fractal: Elena Ferrante, frantumaglia e smarginatura. 2023. 235 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023. |
URI: | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/18371 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Letras |
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