Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/19800
Tipo de Documento: Dissertação
Título: Condições e relações de trabalho que adoecem assistentes sociais inseridos (as) na Política de Assistência Social: determinações de classe, gênero e raça
Autor(es): Silva, Géssica Azevedo da
Data do documento: 3-Jul-2023
Orientador: Santos, Silmere Alves
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objetivo geral compreender as condições e relações de trabalho que adoecem assistentes sociais inseridos (as) na Política de Assistência Social, considerando as determinações de classe, gênero e raça. Para isso, o método de pesquisa utilizado é o materialista histórico-dialético, o tipo de pesquisa possui abordagem qualitativa, de natureza exploratória, visando aproximação com o objeto de estudo; além da análise de conjuntura, foram utilizados como procedimentos metodológicos: pesquisas bibliográficas, documental e estado da arte, através do banco de teses e dissertações da plataforma sucupira e repositórios institucionais. Desta maneira, os objetivos específicos abordam os impactos da conjuntura ultraliberal e ultraconservadora para a classe trabalhadora, desvelando as determinações de classe, gênero e raça as quais perpassam a atuação de assistentes sociais, reafirmando o Projeto Ético Político e a organização coletiva enquanto ferramenta de resistência; refletir acerca do adoecimento desses (as) profissionais, abordando a política de saúde e segurança do trabalho e perpassando os impactos da pandemia do covid-19. Os resultados da pesquisa indicam o avanço dos processos de adoecimento de assistentes sociais inseridos (as) na Política de Assistência social, sendo diversas as formas de adoecimento físico e sobretudo mental, apontados nas pesquisas analisadas, em decorrência do aprofundamento da precarização das condições e relações de trabalho, flexibilização dos vínculos trabalhistas, forte presença de práticas político-partidárias as quais reverberam na prática do assédio moral e sexual, além das determinações de gênero e raça nesta profissão composta em sua maior parte por mulheres negras/pretas/pardas que vivenciam desigualdades de gênero e racismo estrutural refletidos no acúmulo de triplas jornadas, menores salários se comparados ao dos homens e a mulheres brancas, formas precarizadas de ingresso ao mercado de trabalho e acesso a graduação. Em contrapartida, são poucos ou inexistentes os esforços, por parte de gestores, para promoção, prevenção e cuidado à saúde dos (as) trabalhadores (as); falta acolhimento às demandas profissionais, investimento financeiro e efetivação das políticas de cuidado à saúde. Assim, embora as condições para efetivação do SUAS e valorização dos (as) trabalhadores (as) estejam formalmente estabelecidas na PNAS, esta é uma realidade que precisa ser efetivamente garantida no que diz respeito ao desenvolvimento de ações para o trabalho protegido com a implementação da NOB/RHSUAS. Enquanto estratégias de enfrentamento é essencial a fiscalização da aplicação da NOB/RH-SUAS por parte do sindicato e do conjunto CRESS/CFESS, compreendendo o adoecimento e assédio moral não como uma questão de foro íntimo, mas coletivo; a garantia do acesso ao atendimento à saúde dos (as) trabalhadores (as) diante da precarização de seus salários e do acumulo de vínculos empregatícios e da pejotização; a importância da articulação do trabalho profissional com as responsabilidades familiares, como também da natureza do trabalho desenvolvido com usuários (as) em condições de profundas vulnerabilidades sociais. Ademais, o enfrentamento dos sistemas de dominação-opressãoexploração capitalista, machista, sexista, racista que violentam historicamente as mulheres assistentes sociais e as usuárias dos serviços sociais, já que, numa perspectiva de gênero, o serviço social, quando profissionaliza, o perfil da trabalhadora passa a ser da mulher preta e não da mulher branca de classe média-alta, trabalhando no viés da caridade e da filantropia. Destarte, é imprescindível a ampliação dos fundamentos teóricos e olhar aprofundado para a complexidade da realidade social contemporânea, daí a necessidade de priorização da formação continuada, assumida como responsabilidade dos empregadores e/ou dos governos municipais, estaduais e federal.
Abstract: This master's thesis has the general objective of understanding the conditions and working relationships that make social workers involved in the Social Assistance Policy sick, considering the determinations of class, gender and race. For this, the research method used is historical-dialectical materialist, the type of research has a qualitative approach, exploratory in nature, aiming to get closer to the object of study; in addition to the situation analysis, the following methodological procedures were used: bibliographical, documentary and state-ofthe-art research, through the bank of theses and dissertations on the sucupira platform and institutional repositories. In this way, the specific objectives address the impacts of the ultraliberal and ultraconservative situation on the working class, unveiling the determinations of class, gender and race which permeate the work of social workers, reaffirming the Political Ethics Project and collective organization as a tool of resistance ; reflect on the illness of these professionals, addressing occupational health and safety policy and considering the impacts of the covid-19 pandemic; finally, point out coping strategies or the lack thereof, in defense of the worker's health. The research results indicate the advancement of the illness processes of social workers included in the Social Assistance Policy, with different forms of physical and especially mental illness, highlighted in the analyzed research, as a result of the deepening precariousness of conditions and relationships of work, flexibilization of labor relations, strong presence of political-partisan practices which reverberate in the practice of moral and sexual harassment, in addition to gender and race determinations in this profession composed mostly of black/black/brown women who experience inequalities gender and structural racism reflected in the accumulation of triple shifts, lower salaries compared to white men and women, precarious ways of entering the job market and access to graduation. On the other hand, there are few or no efforts on the part of managers to promote, prevent and care for the health of workers; there is a lack of acceptance of professional demands, financial investment and implementation of health care policies. Thus, although the conditions for implementing SUAS and valuing workers are formally established in PNAS, this is a reality that needs to be effectively guaranteed with regard to the development of actions for protected work with the implementation of NOB/RH-SUAS. As coping strategies, it is essential to monitor the application of NOB/RH-SUAS by the union and the CRESS/CFESS group, understanding illness and moral harassment not as an intimate issue, but a collective one; guaranteeing access to health care for workers in the face of precarious salaries and the accumulation of employment contracts and pejotization; the importance of articulating professional work with family responsibilities, as well as the nature of the work carried out with users in conditions of profound social vulnerabilities. Furthermore, confronting capitalist, chauvinist, sexist, racist systems of domination-oppression-exploitation that have historically violated female social workers and users of social services, since, from a gender perspective, social services, when professionalized, profile of the worker becomes that of the black woman and not the upper-middle class white woman, working towards charity and philanthropy. Therefore, it is essential to expand the theoretical foundations and take an in-depth look at the complexity of contemporary social reality, hence the need to prioritize continued training, assumed as the responsibility of employers and/or municipal, state and federal governments.
Palavras-chave: Serviço social
Assistentes sociais
Relações profissionais
Trabalho
Aspectos da saúde
Política social
Assistência social
Adoecimento
Work
Social servisse
Social assistance
Illness
área CNPQ: CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL
Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Idioma: por
Sigla da Instituição: Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Programa de Pós-graduação: Pós-Graduação em Serviço Social
Citação: SILVA, Géssica Azevedo da. Condições e relações de trabalho que adoecem assistentes sociais inseridos (as) na Política de Assistência Social: determinações de classe, gênero e raça. 2023. 145 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023.
URI: https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/19800
Aparece nas coleções:Mestrado em Serviço Social

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
GESSICA_AZEVEDO_SILVA.pdf1,97 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.