Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/20045
Tipo de Documento: | Tese |
Título: | Um gesto arqueogenealógico e ético no ensino de escrita |
Autor(es): | Francisco, Kleyse Galdino |
Data do documento: | 25-Abr-2024 |
Orientador: | Carvalho, Maria Leônia Garcia Costa |
Resumo: | Chamo de gesto arqueogenealógico e ético essa “escrita de mim” que, antes de ser fruto de uma pesquisa de doutoramento, é consequência de uma inquietação docente: “como se ensina a escrever e quem é o professor que ensina a escrever?” Na prática de ensino de Língua Portuguesa, observo as dificuldades de meus alunos em escrever, como também as minhas próprias dificuldades em ensiná-los. Embora eu reconheça os pressupostos teóricos e metodológicos referentes à escrita, vejo-me restrita pela sociedade disciplinar, pelas linhas de força e de subjetivação expostas pelo ensino, e procuro destacar o sujeito-professor nesse processo. Por isso, o objetivo principal desta tese foi analisar as condições que envolvem o professor no processo de “ensino de escrita”, aqui tomado como dispositivo. Segundo Foucault (2010), dispositivo é um conjunto de enunciados e/ou materialidades que expõem discursos e permite sua análise. São objetivos específicos dessa tese: a) apresentar aspectos históricos e teóricos do processo de ensino de escrita; b) identificar regimes de verdade, linhas de força, linhas de subjetivação e práticas de si que envolvem o ensino de escrita; e c) problematizar a autoformação do professor de Língua Portuguesa. A metodologia de pesquisa e de escrita foi escolhida em função dos caminhos de pesquisa e de escrita que observei em Foucault (1987; 2005; 2019c), portanto esse trabalho advém de uma pesquisa descritiva, analítica e quanti-qualitativa – uma pesquisa arqueogenealógica e ética – porque, para me aprofundar no sujeito (professor), busco compreender sua história e suas práticas (ensino de escrita). A compreensão da subjetividade vem pelo saber (arqueologia), pelas relações de poder (genealogia) em que se insere esse sujeito (FOUCAULT, 1995a) e pela própria escrita (ética). O corpus é constituído de respostas ao questionário “O professor e as práticas de ensino de escrita” (por mim elaborado), com perguntas discursivas e não-discursivas e pela minha própria narrativa enquanto sujeito-professora envolvida no processo de ensino de escrita. Tomo minha narrativa e as respostas dos professores como enunciados (sequências enunciativas) e representações dos discursos dos professores de Língua Portuguesa; são representações da singularidade de uma memória e destacam-se como efeito de verdade de um dado período de tempo em que se insere o ensino de escrita, concebido a partir de seus agentes, professores de Língua Portuguesa; são elas utilizadas para a análise do dispositivo “ensino de escrita”. Nesse sentido, introduzir minha própria história foi oportuno para destacar a importância da autoformação do professor de língua. Num esforço foucaultiano de análise que considera três demandas da “escrita de si” (FOUCAULT, 2004a): a) leitura; b) prática regrada e voluntária da disparidade (demanda uma escolha de elementos heterogêneos); e c) processo de unificação do “corpo” do texto na medida em que transforma o próprio escritor, eu escrevi uma “escrita de mim: um gesto arqueogenealógico e ético que permite entender os processos do dispositivo ensino de escrita e autoformar o professor, em busca de uma ética de si. É preciso pensar, para além da formação contínua do professor, um cuidado de si, que pode se dar pela escrita de sua própria história. |
Abstract: | Llamo a esta “escritura de mí mismo” un gesto arqueogenealógico y ético que, antes de ser
resultado de una investigación doctoral, es consecuencia de una inquietud docente: “¿cómo se
enseña a escribir y quién es el maestro que te enseña a escribir?” En la práctica de la
enseñanza del portugués, observo las dificultades de mis alumnos en escritura, así como mis
propias dificultades para enseñarles. Si bien reconozco los presupuestos teóricos y
metodológicos respecto a la escritura, me veo restringido por la sociedad disciplinaria, por las
líneas de fuerza y subjetivación expuestas por la enseñanza, y busco resaltar al sujeto-docente
en este proceso. Por lo tanto, el objetivo principal de esta tesis fue analizar las condiciones
que involucran al docente en el proceso de “enseñar a escribir”, tomado aquí como un
dispositivo. Según Foucault (2010), un dispositivo es un conjunto de enunciados y/o
materialidades que exponen los discursos y permiten su análisis. Los objetivos específicos de
esta tesis son: a) presentar aspectos históricos y teóricos del proceso de enseñanza de la
escritura; b) identificar regímenes de verdad, líneas de fuerza, líneas de subjetivación y
autoprácticas que involucran la enseñanza de la escritura; yc) problematizar la autoformación
de profesores de lengua portuguesa. La metodología de investigación y escritura fue elegida
con base en los caminos de investigación y escritura que observé en Foucault (1987; 2005;
2019c), por lo que este trabajo proviene de una investigación descriptiva, analítica y
cuantitativa-cualitativa -arqueogenealógica y ética- porque, para profundizar Profundizando
en el tema (docente), busco comprender su historia y sus prácticas (enseñanza de la escritura).
La comprensión de la subjetividad pasa por el conocimiento (arqueología), por las relaciones
de poder (genealogía) en las que se inserta este sujeto (FOUCAULT, 1995a) y por la escritura
misma (ética). El corpus está compuesto por respuestas al cuestionario “El docente y las
prácticas de enseñanza de la escritura” (elaborado por mí), con preguntas discursivas y no
discursivas y mi propia narrativa como sujeto-docente involucrado en el proceso de enseñanza
de la escritura. Tomo mi narrativa y las respuestas de los profesores como enunciados
(secuencias de enunciados) y representaciones de los discursos de los profesores de lengua
portuguesa; son representaciones de la singularidad de una memoria y se destacan como
efecto verdadero de un período de tiempo determinado en el que se inserta la enseñanza de la
escritura, concebida a partir de sus agentes, los profesores de lengua portuguesa; Se utilizan
para analizar el dispositivo de “enseñanza de la escritura”. En este sentido, presentar mi
propia historia fue oportuno para resaltar la importancia de la autoformación como profesora
de idiomas. En un esfuerzo de análisis foucaultiano que considera tres exigencias de
“escribirse” (FOUCAULT, 2004a): a) lectura; b) práctica regulada y voluntaria de la
disparidad (requiere una elección de elementos heterogéneos); y c) proceso de unificación del
“cuerpo” del texto en la medida que transforma al propio escritor, escribí una “escritura de mí
mismo”: un gesto arqueogenealógico y ético que permite comprender los procesos del
dispositivo didáctico de la escritura y de sí mismo. -formación del docente, en búsqueda de
una ética de sí mismo. Es necesario pensar, además de la formación permanente del docente,
en el cuidado de uno mismo, que puede materializarse en la escritura de la propia historia. I call this “writing of myself” an archaeogenealogical and ethical gesture that, before being the result of doctoral research, is a consequence of a teaching concern: “how do you teach to write and who is the teacher who teaches you to write?” In the practice of teaching Portuguese, I observe my students' difficulties in writing, as well as my own difficulties in teaching them. Although I recognize the theoretical and methodological assumptions regarding writing, I see myself restricted by disciplinary society, by the lines of force and subjectivation exposed by teaching, and I seek to highlight the subject-teacher in this process. Therefore, the main objective of this thesis was to analyze the conditions that involve the teacher in the process of “teaching writing”, taken here as a device. According to Foucault (2010), a device is a set of statements and/or materialities that expose discourses and allow their analysis. The specific objectives of this thesis are: a) to present historical and theoretical aspects of the writing teaching process; b) identify regimes of truth, lines of force, lines of subjectivation and self-practices that involve teaching writing; and c) problematize the self-training of Portuguese language teachers. The research and writing methodology was chosen based on the research and writing paths that I observed in Foucault (1987; 2005; 2019c), therefore this work comes from descriptive, analytical and quantitative-qualitative research – archaeogenealogical and ethical research – because, to delve deeper into the subject (teacher), I seek to understand his history and his practices (writing teaching). Understanding subjectivity comes through knowledge (archaeology), through power relations (genealogy) in which this subject is inserted (FOUCAULT, 1995a) and through writing itself (ethics). The corpus consists of responses to the questionnaire “The teacher and writing teaching practices” (prepared by me), with discursive and non-discursive questions and my own narrative as a subject-teacher involved in the writing teaching process. I take my narrative and the teachers' responses as utterances (utterance sequences) and representations of the Portuguese language teachers' speeches; they are representations of the singularity of a memory and stand out as a true effect of a given period of time in which writing teaching is inserted, conceived from its agents, Portuguese language teachers; They are used to analyze the “writing teaching” device. In this sense, introducing my own story was appropriate to highlight the importance of self-training as a language teacher. In a foucauldian effort of analysis that considers three demands of “writing oneself” (FOUCAULT, 2004a): a) reading; b) regulated and voluntary practice of disparity (requires a choice of heterogeneous elements); and c) process of unification of the “body” of the text to the extent that it transforms the writer himself, I wrote a “writing of myself”: an archaeogenealogical and ethical gesture that allows understanding the processes of the writing teaching device and self-training the teacher, in search for an ethics of self. It is necessary to think, in addition to the teacher's ongoing training, about taking care of oneself, which can take the form of writing one's own story. |
Palavras-chave: | Linguística Língua portuguesa Professores de português Formação Michel Foucault Ensino de escrita História do ensino de língua Subjetivação do professor Autoformação Enseñanza de la escritura Historia de la enseñanza de lenguas Auto-entrenamiento Ética en la enseñanza Writing teaching History of language teaching Self-training Ethics in teaching |
área CNPQ: | LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS |
Idioma: | por |
Sigla da Instituição: | Universidade Federal de Sergipe (UFS) |
Programa de Pós-graduação: | Pós-Graduação em Letras |
Citação: | FRANCISCO, Kleyse Galdino. Um gesto arqueogenealógico e ético no ensino de escrita. 2024. 190 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2024. |
URI: | https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/20045 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Letras |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
KLEYSE_GALDINO_FRANCISCO.pdf | 2,8 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.